A Coréia do Sul disse na quinta-feira (24), que as tropas norte-coreanas atiraram fatalmente num oficial do governo sul-coreano que pode ter tentado desertar, e queimaram seu corpo depois de encontrá-lo flutuando próximo aos limites marítimos do país.
Oficiais sul-coreanos condenaram o que chamaram de “ato cruel” da Coréia do Norte e solicitaram que o país vizinho pedisse desculpas e punisse os responsáveis. É improvável que a Coréia do Norte aceite a demanda sul-coreana, e os laços entre os rivais – já tensos em meio a um impasse na diplomacia nuclear mais ampla – provavelmente sofrerão um novo revés, dizem os analistas.
O que de fato aconteceu
De acordo com a Coréia do Sul, o homem desapareceu de um navio do governo que estava verificando uma possível pesca não autorizada em uma área ao sul da fronteira na segunda-feira (21), um dia antes de ser encontrado nas águas da Coréia do Norte.
A Coréia do Norte enviou oficiais usando máscaras de gás, a bordo de um barco perto do homem para saber por que ele estava lá na terça-feira à tarde. No final do dia, um barco da marinha norte-coreana veio e abriu fogo contra ele, disse o Ministério da Defesa da Coréia do Sul.
Os marinheiros do barco cobertos com máscaras de gás e protetores, derramaram gasolina sobre seu corpo e o incendiaram, disse o Ministério da Defesa, citando informações reunidas por equipamentos de vigilância e outros.
Não está claro como ele foi parar na Coréia do Norte. Mas um funcionário da defesa disse que o homem poderia ter tentado desertar para o Norte, citando informações adquiridas. Ele se recusou a elaborar.
Depoimento das testemunhas
O oficial, pedindo anonimato citando as regras do departamento, disse que o oficial sul-coreano estava usando um colete salva-vidas e estava sobre um pequeno objeto flutuante quando foi encontrado nas águas da Coréia do Norte.
Ele disse que a Coréia do Norte pode ter decidido matá-lo de acordo com suas rígidas regras anti-coronavírus que envolvem atirar em qualquer pessoa que cruze ilegalmente a fronteira.
O general Robert Abrams, comandante das tropas americanas na Coréia do Sul, disse no mês passado que a Coréia do Norte havia colocado forças especiais ao longo de sua fronteira com a China.
O objetivo era manter os contrabandistas fora, além disso, eles tinham “ordens de atirar para matar” com o objetivo de impedir a entrada do vírus no país.
A Coréia do Norte disse com firmeza que não houve um único caso de vírus em seu território, uma reivindicação amplamente contestada por especialistas estrangeiros.
Os observadores dizem que uma pandemia poderia causar consequências devastadoras na Coréia do Norte por causa de seu sistema de saúde pública falho e uma escassez de suprimentos médicos.
A resposta da Coréia do Sul
A Coréia do Sul enviou uma mensagem à Coréia do Norte na quarta-feira (23) para perguntar sobre o funcionário desaparecido, mas não recebeu resposta, de acordo com o Ministério da Defesa da Coréia do Sul.
O oficial militar sênior Ahn Young Ho disse aos repórteres na quinta-feira, que a Coréia do Sul condenou fortemente o “ato terrível” da Coréia do Norte e pediu a punição dos responsáveis.
O alto funcionário presidencial Suh Choo-suk disse em uma conferência de imprensa que a Coréia do Norte deve pedir desculpas por seu “ato contra a humanidade”, revelar todos os detalhes do caso e tomar medidas para evitar incidentes similares.
“Por alguma razão, a Coréia do Norte não pode justificar o fato de seus soldados terem atirado fatalmente em nosso cidadão e destruído seu corpo, embora ele estivesse desarmado e não tivesse intenção de resistir”, disse Suh.
Traduzido e adaptado por equipe Revolução.etc.br